A injustiça avança hoje a passo firme,
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são,
Nenhuma voz além da dos que mandam,
E em todos os mercados proclama a exploração;
Isto é apenas o meu começo,
Mas entre os oprimidos há aqueles que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos...
Quem ainda está vivo não diga: nunca.
O que é seguro não é seguro,
As coisas não continuarão a ser como são,
Depois de falarem os dominantes,
Falarão os dominados,
Quem pois ousa dizer: nunca.
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha,
E nunca será: ainda hoje,
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã!
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