14.11.08

Oportunismo / Oportunidade

Lisboa, 14 Nov (Lusa) – O candidato a líder da JSD Bruno Ventura defendeu hoje a demissão da ministra da Educação, apelando a que não se prolongue "a situação caótica" das escolas "apenas pela arrogância ou pela teimosia do primeiro-ministro".

Através de um comunicado a que a agência Lusa teve acesso Bruno Ventura defendeu que "para que as condições de ensino-aprendizagem sejam devolvidas às escolas e para que os jovens portugueses possam retomar o seu normal percurso educativo é urgente substituir a ministra da Educação, porquanto esta governante é, em si, o foco do problema".

"Os estudantes e a juventude portuguesa merecem este gesto de humildade por parte do Governo. O que está em causa é demasiado importante para que uma situação caótica seja mantida apenas pela arrogância ou pela teimosia do primeiro-ministro", acrescentou o candidato a líder da JSD.

De acordo com Bruno Ventura, "os acontecimentos dos últimos dias nas escolas provam que esta ministra é hoje parte do problema e não fará parte da solução", mas além da substituição de Maria de Lurdes Rodrigues "é urgente que mudem as políticas e que o diálogo seja restaurado".

"Há poucos dias foram os professores a manifestarem-se contra a ministra da Educação. Hoje, são os alunos que protestam. Qualquer dia, a ministra da Educação só tem mesmo o apoio da Directora Regional de Educação do Norte. Será que chega?", interrogou o jovem social-democrata, que vai defrontar o actual líder da JSD, Pedro Rodrigues, no Congresso de 28, 29 e 30 deste mês, em Penafiel.

Quanto às manifestações de alunos, Bruno Ventura considerou "natural que os alunos se manifestem contra medidas com as quais não concordam, sendo de estranhar, por isso, a atitude o senhor secretário de Estado Ajunto da Educação, que lançou a suspeição sobre a organização dessas manifestações".

O candidato a líder da JSD referiu que "também hoje, a diligente Directora Regional de Educação do Norte, conhecida por ter institucionalizado a 'bufaria' no seu serviço, lançou a mesma suspeição – desta vez contra funcionários do próprio ministério".

"A juventude portuguesa rejeita estes paternalismos por parte da tutela educativa. Os jovens são e serão sempre livres de se manifestarem contra o que vai mal no nosso país, por muito que isso custe ao Governo", reagiu Bruno Ventura.

Num balanço da política educativa do Governo, Bruno Ventura assinalou que Portugal passou "a ser o pior país de toda a União Europeia nos números do abandono escolar" e que as escolas públicas desceram no "ranking" dos exames nacionais em relação às escolas privadas, o que atribuiu à "via do facilitismo".

"O Ministério da Educação deixou por concretizar a educação para a Saúde e a educação sexual", deixou "por fazer uma verdadeira reforma relativa aos manuais escolares" e "a verdadeira reforma curricular" e "perdeu a oportunidade de reformar a escola", apontou ainda Bruno Ventura.

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