1.2.10

Nas noites frias em que te procuro tão longe de quem sou e me recordo dos nossos primeiros passos, dos olhares e das palavras que tantas vezes ficam por dizer. Assim me encontro, perdida em recordações do que ainda está intacto e pronto a descobrir. Como anseio saber-te bem melhor e poder reescrever a estória dos dias que se perderam nas suas metades, graças ao que não fizémos, ao que jurei nunca sentir e tocar. Quero-te tanto e cada vez mais, e tão rapidamente os nossos encontros desaparecem das hipóteses no meu caminho. Tenho-te debaixo da minha pele há tanto e tantas voltas dei em mim para te perder. Como fui tola em juntar-te aos devaneios livres da juventude e hoje te sei dentro de mim para o fim dos dias.
Como fui naif ao usar a racionalidade contra nós, ao não me pretender contigo por não conseguir.

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