1.12.08

Sobre a lealdade


A lealdade que é falar, alertar, sugerir e trabalhar ao lado dos que nos rodeiam.
A que não é impor, ignorar, afastar, e denegrir os que não concordam connosco.

E o que sentimos com a intromissão incendiária, as notas soltas, as bocas, enfim...
O abandono dos que apoiam Ventura foi-me dado como certo após os actos eleitorais. A vaidade e a vontade de singrar custe o que custar também. A compra de votos, as negociatas, garantiram-me que seriam certas. Pelo mesmo que fez menção em me envergonhar duas vezes no meio dum congresso. Pelo mesmo que não sabe ouvir e se acha com o dom da razão. Pelo mesmo que respeito mas parece não demonstrar o mínimo apreço por quem está noutro lado que não o que ele fez questão de vincar como melhor. Pelo mesmo que inquinou* os votos de vinte pessoas sem as ouvir. Pelo mesmo que deu muito à nossa estrutura até aos últimos dias. Tristeza. Ontem, depois de saírem os resultados, foi-nos dado apoio por mais de uma pessoa: membros da lista B à CPN, apoiantes de ambas as candidaturas. Pela Patrícia, pelo Ricardo, pelo Miguel, Tiago, Joana, Margarida, pelo Bruno que hoje me ligou. Não nos foi dado apoio de quem mais esperávamos. Curioso. Muitas lições foram tiradas. A maior de todas: é de espada na mão que se vê o vilão, como se diz.
Estou triste pela derrota nas urnas, pela divisão fomentada por alguns, mas sobretudo pela visão maniqueísta que atrai tantos companheiros. Triste pela falta de coragem, por quem se vende. Eu não me vendi em nenhuma ocasião. Trabalhei, fiz o Bruno suar um bocadinho. E no final formalizaram o convite. Duas horas depois, ofereceram-me lugar elegível pelo Rodrigues. Pela candidatura que agarrou as distritais pelos tomates na noite de Sábado. Quiseram comprar-nos.
Mas as convicções não se transaccionam.

A nossa vez é para mim o melhor projecto. A equipa da qual fiz parte é para mim a mais próxima dos jovens portugueses.

O Bruno Ventura é para mim, o verdadeiro líder da JSD, e já desde Espinho. Na altura o voto foi para o Rodrigues. Por confiar na palavra de quem de direito. Mas as expectativas foram defraudadas. Mesmo.

Perdemos a eleição, e o caminho terá de ser traçado ao lado do Pedro Rodrigues. A bem da união social-democrata, espero que a bem da juventude portuguesa.

Cá estaremos para travar novas batalhas. Sempre com frontalidade, coragem para assumirmos posições e defendermos um projecto.

Este não é um manifesto político, mas uma declaração do que sentimos.


*correcção (obrigado caro Pedro)

12 comentários:

Margarida Balseiro Lopes disse...

Tânia,

Como sabes apoiava o Pedro. Por pura convicção e pelos muitos amigos que com ele trabalharam no projecto Agora Nós.

Naturalmente que fiquei feliz pelo resultado. Não na simplória e egoísta perspectiva da vitória. Mas porque ao dia de ontem se seguirão dois anos. Em que é preciso trabalhar. Muito. Chegar aos jovens. Muito mais do que aos militantes. E, não querendo, de forma alguma, cair no clichet de o dizer: é uma missão que nos caberá a todos. A ti na Moita, a mim na Marinha Grande, por todo o país é necessário unirmos esforços.

É certo que neste fim de semana e nos dias que o antecederam houve muito trabalho de muitos militantes em torno de dois projectos. Mas, o mais importante é o que nos motivou a fazê-lo. A JSD. Essa sim é merecedora das nossas palmas, do nosso trabalho, do nosso suor, da nossa vontade. Vamos a isso, Tânia?

Pedro disse...

Diz a menina Tânia para que eu lhe diga, e eu digo-lhe. Diz a menina Tânia, Deus a conserve entre nós por muitos anos, que a lealdade "que é falar, alertar, sugerir e trabalhar ao lado dos que nos rodeiam". Ora, a lealdade não é nada disto. Falar é, por vezes, comunicar; alertar é alertar; sugerir é seduzir, e trabalhar é passar o tempo. O que diz da lealdade que não é, é, precisamente, o que é a lealdade. Adiante. Diz a menina que a tentaram comprar. Surpresa seria que a tentassem vender ou trocar, o que aliás constituiria uma originalidade que eu não considero ao alcance de um mero rebanho lobotomizado. Contra o Maniqueísmo fala a Tânia, e fala bem. Todavia, padece a sua análise do seguinte erro: o maniqueísmo assenta na visão do mundo como um confronto entre bem e mal. Ora, numa juventude partidária, ou num partido, não há bem nem mal. Isso seria como classificar o lixo doméstico de bom ou mau, quando ele é simplesmente inevitável - tanto o lixo como os membros de qualquer juventude partidária que, diferenciando-se na forma, coincidem na essência.

Para finalizar, noto um ponto convergente com a escriba acima de mim, merecedora de uma vénia, por estar, como qualquer partidário, acima de mim, sobrevoando-me quais omniscientes tapetes de Aladino. Dizem vocês (vénia) que é necessário
chegar aos jovens, fazer o bem pela juventude: bom, que o Pedro Rodrigues, ou qualquer outro macho, tente chegar a mim, dispenso; já as meninas, agradeço que se cheguem a mim: com a boca, de preferência.

Uma última nota, que isto é divertido, mas tem de ter um fim: eu sei que, para além de vos faltar a nacionalidade, vos falta também a Língua Portuguesa. Onde se lê enquinar, deverá ler-se inquinar.

(Razão tinha o Américo Duarte: já lá está o PCP, só falta o resto da escumalha, contando com o próprio Américo, claro está.)

Tania Morais disse...

Pedro, obrigado desde já pelo teu contributo.

Logicamente que lealdade não se traduz em qualquer outro dos vocáblos, em sentido lato. Porém, e neste caso não se trata de estabelecer sinónimos mas de demonstrar iniciativas nas quais o sentido de lealdade esteve presente.

Quanto ao maniqueismo, subscrevo-te em "o maniqueísmo assenta na visão do mundo como um confronto entre bem e mal. Ora, numa juventude partidária, ou num partido, não há bem nem mal."

Mas quando se cerram fileiras, muitos de nós nao veem que candidaturas se diferenciam pelas ideias e metodos de trabalho e nao pelo que consideram ser o caracter dos seus lideres - opinioes que sao formadas antes de teres a oporunidade de la estar para conhecer.

Margarida, minha querida, ja la tens a resposta no SanchoPensa =) ca estamos para trabalhar!

Anónimo disse...

"Ora, numa juventude partidária, ou num partido, não há bem nem mal."

Que coisa errada de se dizer, ou melhor de se escrever.

Tudo na vida é bem ou mal. Tudo tem dois contrários que se atraem.

A vida é uma luta, um posicionamento nestas duas fatais realidades.

Tânia, estou solidário contigo, pois sei a que te referes. Não mudes nunca, por mais errada que possas estar. Se sentires necessidade de mudar, então muda, mas nunca mudes só por mudar.

Beijos Linda,
Gonçalo de Albuquerque

Pedro disse...

Na próxima, se a houver, faço um desenho. E, mesmo assim, lá haverá um adiantado mental, especialista em psicologia e hímens transcendentais do ente, capaz de o recortar a seu gosto.

Talvez assim: lixo: nem bom nem mau, inevitável e inútil; juventudes partidárias: lixo. Logo, nem boas nem más, apenas inúteis e poluentes.

A idiotice, mais do que as realidades, é verdadeiramente fatal.

Anónimo disse...

"O hímen é uma película dérmica presente na entrada da vagina. É impermeável, e normalmente possui uma abertura anelar, por onde são eliminadas secreções e a menstruação. Em certos casos, a abertura é muito estreita ou pode não existir, requerindo intervenção cirúrgica para evitar a retenção de líquidos."

Caso também seja preciso fazer um desenho.

Lixo: se for organico é bom, servindo como adubo. (bem)

Lixo: se for desperdicios indústriais poluem o ambiente (mal)

Juventudes Partidárias: Boas, se forem irreverentes e obrigarem o partido a não cair no conservadorismo.
Más, se forem uma juventude de tachos.

Só sei que nada sei. Mas o que sei, sei. E o que ficar por saber, haverá quem o saberá.

Anónimo disse...

Cumprimentos,
Gonçalo de Albuquerque

Tania Morais disse...

Pedro, a tua opinião assusta-me. Convido-te mais uma vez a participares em qualquer uma das actividades da JSD para tirares entretanto as tuas conclusões.

Para já, peço-te que do alto da tua sapiência não nos ofendas. Eu represento-te, cada militante da JSD representa-te queiras ou não. O voto que depositas na tua secção, para o teu amigo... É um contrato que aceitaste assinar.

Tu que tens tempo disponível, vai dando uma vista de olhos via net pelo trabalho que secções e distritais têm vindo a desenvolver desde a nossa fundação. ; )

Pedro disse...

Essa do tempo, era para mim? Mas que tempo? Agora, tenho tempo. Por isso é que vim aqui rir-me mais um bocadinho.

Eu sei o que é um hímen, por isso é que o escrevi. Ainda sei português.

Quanto ao resto, enfim, vou-me rir mais um bocadinho.

Anónimo disse...

Tânia,

O congresso são 3 dias.

Já foi já passou...

Filipe de Arede Nunes disse...

Tânia,

Imagino que te seja indiferente a minha opinião sobre este assunto, mas quero que saibas que já te respeitava antes, mas que te respeito ainda mais hoje. A tua postura digna é um exemplo a todos aqueles que se vergam aos fortes e poderosos. Nada compra as nossas convicções, nada paga os nosso principios.

Não posso no entanto deixar de te relembrar de que tinha razão e aos poucos estou certos que mais de vós vão acabar por aceitar isso. Há pessoas que só sabem pedir e nada sabem dar em troca. Pedem lealdade cega e nem respeito conseguem dar em troca.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Filipe tira o pepino do cú.....

vais acabar os teus dias sozinho sem nenhum amigo, só tu, o teu ego e orgulho e essa tua prepotência intelectual e arrogância moral...

Cá estaremos para ver....